Não bastassem tantos conceitos e nomes, a filosofia grega possui várias escolas. Para piorar, muitas de suas ideias chegaram até nós por terceiros ou em textos fragmentários. Por isso, é bom ter em mente (e próximo) este mapa e esboço das escolas de filosofia grega e romana. Convenientemente, dá para resumi-los em três grupos de sete conforme cada etapa na história das ideias.

Filosofia na era pré-socrática:
A descoberta da filosofia.
- Escola jônica — milésios: discutiam a natureza do cosmo. Expoentes: Tales, Anaximandro, Anaxímenes de Mileto.
- Escola jônica — efésios: consideravam o cosmo em fluxo e dinâmico. Expoentes: Heráclito, Crátilo.
- Atomistas: tudo que existe é composto do rearranjo de partículas ínfimas. Também na região da Jônia, mas com outras perspectivas. Expoente: Demócrito.
- Pitagóricos: proporção em tudo (matemática e música). Expoentes: Pitágoras, Ptolemaida de Cirene.
- Eleáticos: dúvida dos sentidos (epistemologia) e concepção permanente e monista do cosmo. Expoente: Parmênides.
- Pluralistas: reavaliação das questões cosmológicas dos jônios informado pelas críticas dos eleáticos. Expoentes: Anaxágoras, Empêndocles.
- Sofistas: o homem é a medida das coisas. A verdade resume a discurso. Expoentes: Protágoras, Górgias, Hípias, Crítias, Aspásia.
Filosofia na era clássica
Enfim, Sócrates.
- Platônicos e a Academia: seguidores de Platão. O conhecimento resulta de uma razão ideal.
- Aristotélicos ou peripatéticos: seguidores de Aristóteles. Investigação sistemática de tudo o que for possível.
- Outros socráticos: Xenofonte (pensamento político e didática). Fora ele, há Símias de Tebas e Cebes de Tebas, mas cujos pensamentos são praticamente desconhecidos.
- Cirenaicos: hedonistas, acreditavam que o Bem residia em aproveitar os momentos prazerosos. Expoentes: Aristipo de Cirene (avô e neto).
- Megários: desenvolveram a lógica. Expoente: Euclides de Megara.
- Eretrianos: ou escola de Elis. Pouco se conhece dela. Aparentemente buscava compreender o Bem absoluto. Expoentes: Fedo de Elis e Menedemo de Eretria.
- Cínicos: rejeição das convenções sociais em busca de uma simplicidade ascética na vida. Expoentes: Diógenes, Hipárquia.
Filosofia na era helenista
Um mundo plural.
- Pirronismo: não dá para acreditar em nada. Suspensão do julgamento. Expoente: Pirro.
- Céticos: valorizavam a dúvida acima do dogma. A Nova Academia dos platônicos questionava o dogmatismo. Expoente: Sexto Empírico.
- Epicurismo: nega um propósito cósmico; portanto, o sumo Bem deriva-se de viver em busca do aprazível e de evitar o mal e a dor. Expoentes: Epicuro, Lucrécio.
- Nova Sofística: renascimento da retórica, oratória e da dialética. Questionamento das certezas dogmáticas. Expoente: Luciano de Samósata.
- Estoicismo: a harmonia com a natureza e a aceitação do destino. Expoentes: Zeno, Sêneca, Marco Aurélio.
- Médio-platonismo e Neoplatonismo: o primeiro buscava unificar um princípio comum para o universo. Expoentes: Plutarco, judeus (Filo) e cristãos (Justino, Clemente de Alexandria). O segundo virou praticamente uma religião e enxergava uma só realidade mental (nous). Em comum, um raciocínio alegórico. Expoentes: Plotino, Hipátia.
- Neopitagóricos: combinava matemática e práticas religiosas. Expoente: Apolônio de Tiana.
O QUE ERAM AS ESCOLAS FILOSÓFICAS?
Algumas pareciam com escolas mesmo: professores, currículo e normas disciplinares. Algumas escolas possuíam um local regular de ensino, como o bosque da Academia de Platão, o jardim Liceu de Aristóteles, o pórtico (stoa) dos estoicos. No período helenista surgiram bibliotecas e locais de discussão e instrução das escolas.
Por muito tempo pensava-se que as escolas filosóficas eram quase cultos, instituições religiosas formais em busca da sabedoria das musas. Mas a coisa é mais complicada. A interação com cultos iniciáticos e envolvimento na vida cívica (que incluía também a religião) fazia das escolas filosóficas algo como seitas. Não é de se admirar que o hermetismo e o gnosticismo situavam-se entre religiões e escolas filosóficas. No entanto, não eram associações cúlticas. Apesar disso, a lendária separação do mito e do logos que supostamente a filosofia grega fez é isso mesmo: uma lenda.
Uma escola normalmente começava como um agrupamento informal de discípulos ao redor de um filósofo. Nesses estágios iniciais, as fronteiras de identidade e crenças eram porosas, especialmente na filosofia pré-socrática e na primeira geração após Sócrates. Era normal discordar sobre questões centrais. Mais tarde, a lealdade ao grupo passou a ser cobrada e a reinterpretação dos ensinos dos mestres era mais importante que inovar nas discussões. Nem sempre os filósofos conseguiam formar escolas.
VEJA TAMBÉM
A escola de Atenas pintura célebre de Rafael retratando os filósofos.
Ainda creio na busca do bem&bem e na eliminação do mau/mal.
Textos dessa estirpe enobrece a escrita, o pensar, a fala e as ações humanas.
Saudações acadêmicas
Fatima Souza – Natal RN
UFRN
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Prezada, Fátima.
Obrigado por seu comentário.
Assim caminhamos: galgando o bem a cada passo. Anda que seja a passos de bebê, chegamos àlgum lugar.
Leonardo
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