Edvard Grieg (1843-1907) foi um compositor e pianista norueguês conhecido por sua música nacionalista e romântica. Nativo de Bergen, na Noruega, desde cedo mostrou talento para a música, compondo sua primeira peça aos nove anos. Empregava melodias e ritmos folclóricos noruegueses.
As composições de Grieg foram influenciadas pelas obras de Chopin, Schumann e Liszt. Sua obra mais famosa, Peer Gynt, foi uma encomenda para musicar uma peça do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen para sua estreia em Christiania (Oslo) em 1875.
Humor Matinal
A parte mais famosa é o “Morning Mood” é uma composição do primeiro ato da suíte Peer Gynt de Grieg. Em norueguês, Morgenstemning i ørkenen, o “humor do amanhecer no ermo”, é uma parte serena e tranquila que retrata bem o nascer do sol sobre as montanhas da Noruega (apesar de na peça de Ibsen o personagem esteja no Marrocos). A peça apresenta uma bela melodia tocada por flautas e cordas, com acompanhamento suave de harpa e clarinete. A música capta perfeitamente a quietude e a beleza da paisagem norueguesa.

A peça de Ibsen
O conto de Peer Gynt é uma história de formação. A versão de Grieg de Peer Gynt é um conjunto de peças orquestrais que dão vida à história por meio da música. O trecho Morning Mood retrata o nascer do sol durante da peça de Ibsen, quando o protagonista acorda isolado no deserto marroquino depois que seus companheiros pegaram seu barco e o abandonaram lá enquanto dormia.
O anti-herói Peer Gynt é um camponês adolescente atrevido e ganancioso. Mas é um procrastinador e evita responsabilidades. Apesar das constantes repreensões de sua mãe e reclamações de seus vizinhos, Peer se entrega a suas fraquezas artísticas. Durante um casamento se apaixona pela moça Solveig, que aparentemente o rejeita.
Peer então foge com a noiva, Ingrid, para as montanhas, só para então a abandonar. Conhece a filha do Rei das Montanhas, que lhe promete felicidade, levando-o ao palácio do velho Rei dos Duendes. Ao ver que ser príncipe não é fácil, Peer decide fugir, mas os trolls ameaçam devorá-lo se ele não se casar com a princesa. Entretanto, a princesa perdeu sua beleza. Peer escapa de um modo fantástico e acorda nos braços de Solveig.
A vida continua e Peer é banido para uma floresta. Peer deixa Solveig e vai para a África, onde acumula uma pequena fortuna com negócios nebulosos e imorais de comércio de escravos. Apaixonado por Anitra, acaba despojado de suas riquezas e abandonado sem nada no meio do deserto.
Peer inicia o retorno para casa com seus tesouros. Naufraga, mas se salva em detrimento da vida de um cozinheiro com uma família. Vaga por vinte anos até topar com o Fundidor, que ameaça derreter sua alma. Desesperado para não derreter sua alma, procura testemunhas de seus pecados. Apela até para o Diabo, que o desdenha. Implora a Solveig. Obtém redenção e perdão.
Este poema dramático, depois transposto para os palcos, foi publicado em 1867. É uma das obras mais icônicas das artes norueguesas.
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