Quem ocuparia o trono do Brasil?

Imagine se o Brasil voltasse a ser uma monarquia. Apesar de durante o Brasil imperial somente um único gabinete conseguira governar por mais de quatro anos — ou seja, a monarquia tem um histórico bem mais cambaleante que a república após 2013 — o regime é uma séria alternativa política ao Brasil.

Do mesmo modo que outras restaurações monárquicas (como a Restauração portuguesa de 1640), tal ocasião seria o momento para a escolha democrática de uma nova casa real.

Como já determinou Dom Joãozinho de Orleans e Bragança, não há motivos para ser um Bragança o augusto ocupante do trono brasileiro. Além de questões internas dessa família, determinar quem seria o monarca brasileiro é algo que permanece em aberto. Há outras casas nobres que possuem tão legítimos pretendentes, os quais podem ser de origem ameríndia, africana ou luso-brasileira.

Após um exaustivo estudo, apresentamos algumas das mui dignas e igualmente legitimíssimas casas nobres a receber o sagrado manto imperial:

Quem ocuparia o trono brasileiro

Soberana e Sereníssima Casa Real e Imperial Templária Luso-Brasileira de Avis-Lisboa. Sua Alteza Imperial Dom António César I, duque de Lisboa e chefe da casa de Borgonha e Aviz. Seriam os sucessores do monarca da época do achamento do Brasil.

Casa de Saxe-Coburgo e Bragança. Sua Alteza Imperial Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, barão de Bordogna e Valnigra.

Casa de Bourbon-Bragança. Sua Alteza Imperial, Dom Juan Jacobo Walford Hawkins y de Bourbón-Bragança, IV Duque de Marchena, infante da Espanha & Portugal, Brasil e Algarves.

Casa de Orléans e Bragança, Ramo de Petrópolis. Sua Alteza Imperial Pedro Carlos de Orléans e Bragança, condecorado com a Imperial Ordem da Rosa.

Casa Real de Portugal, Linha Constitucional. Sua Alteza Real, Príncipe e Duque Dom Rosario XXII Poidimani de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança. Como sucessor de Carlos I de Portugal, continua a linhagem de d. Pedro I, evitando os questionamentos que pesam contra a Linha Miguelista.

Casa Real dos Arameus e Auranita. Sua Alteza Real Príncipe Dom Samuel Machado, herdeiro e sucessor de Sua Alteza Real Príncipe Dom Ydenir Machado I, Guardião da Fé, teólogo, Psicanalista, Professor universitário, Escritor, Jornalista e Mestre Goju-Ryu karatê-do.

Casa de Orléans e Bragança, Ramo de Vassouras. Sua Alteza Imperial Luiz Gastão de Orléans e Bragança, membro da Associação dos Fundadores e do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (que por questões legais não pode ser chamada de Associação para a Defesa da Tradição, Família e Propriedade).

Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Sua Alteza Real e Imperial Príncipe Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho. Sendo de uma casa que antecede os merovíngios, carolíngios, borgonheses, avis, filipinos e braganças, não há dúvida de que tal estirpe o faz um dos mais sérios candidatos.

Casa de Água Rosada e Sardônia. Sua Alteza Real, o príncipe-herdeiro e Manicongo do Reino do Congo, soberano dos baKongo, cavaleiro da Ordem de Cristo. Considerando-se que o Brasil deva ser o maior país de etnia bantu, é um pretendente com forte fundamentação.

Casa de Nogueira. Sua Eminência Reverendíssima o marquês Dom Elias Batista Nogueira, bispo e membro da Convenção Eclesiástica Filhos da Promessa e Conselho Nacional de Bispos Protestantes.

Casa de Barbosa-Paladino-Taranto. Sua Alteza Real Duque e Comendador Dom Moysés Barbosa, Barão Palatino de Geshur, Conde do Principato di Otebror, residente em Três Rios (RJ), pastor, advogado, professor e teólogo e com mais de 416 condecorações, títulos e comendas.

Casa de Quariterê. Sua Majestade, a Rainha de São Benedito da Festa do Congo e herdeira de Teresa de Benguela, Dona Nemézia Profeta Ribeiro de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso. Herdeira de uma linhagem de um reino quilombola que era democrático e incluía pretos e índios, sua majestade seria a pretendente com maior representatividade das matrizes étnicas brasileiras, país com maior número de descendentes de africanos fora da África.

Casa Imperial Vatatzes-Laskaris. Sua Alteza Imperial Dom Armando I, Príncipe da Bytinia e Kostamonte, Príncipe Apostólico de Kostamonte e Grão-Mestre da Venerável e Soberana Ordem de São Miguel de Kostamonte. Dom Armando I, embora residente em Portugal conhece bem o Brasil, onde já esteve por um tempo.

Casa dos Souzas. Sua Alteza Real, o príncipe Roger Moise de Souza, Mito Chachá IX, príncipe dos agudás de Lagos, Nigéria e vice-rei de Uidá e de Abomey. A ligação histórica de sua família com o Brasil bem como sua posição entre os brasileiros da África justificam convidá-lo a ocupar o trono brasileiro.

Rei Momo. Nos carnavais do Brasil, essa figura que representa os brasileiros festivos seria um epítome de um dos mais populares eventos. Eleito por tempo determinado em várias cidades, a primazia talvez caiba ao Rei Momo carioca. Mas tal matéria exija consultas a genealogistas, círculos monárquicos, juristas canônicos e câmaras de heráldicas, pois as linhas dinásticas dos reis momos de Santos e São Paulo reclamam para si a primazia como pretendentes a tão honrável posto.

Rei Roberto Carlos, o primeiro. O rei da música brasileira já agracia os lares do país com suas mensagens cantadas todos os finais de ano. Essa cerimônia bem podia ser sancionada como oficial e o cetro ser o microfone.

Rei Pelé, a realeza de Três Corações trouxe muita alegria nos campos e projetou o país mundialmente. Adicionalmente, seria uma título a mais para irritar los hermanos.

Casa de Windsor, Sua Majestade Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, sucessora de Catharina de Bragança, Chefe de Estado de várias nações do Commonwealth, Defensora da Fé. Como monarca sobreviveu à 2a Guerra, aos Beatles, ao governo Tatcher, ao Brexit e a outros males. Com sua experiência, bem representada na série da Netflix, já daria um aperitivo de como seria o próximo século como rainha do Brasil.

Fora essas nobres e reais casas, são legítimos a concorrerem ao trono brasileiro quem demonstre a descendência ou a legítima sucessão de:

  • Cunhambebe, Morubixaba dos Tupinambás e chefe da Confederação dos Tamoios.
  • Amador Bueno da Ribeira, o Aclamado, o primeiro rei aclamado no Brasil, na vila de São Paulo em 1641.
  • Dom Obá II, herdeiro do Império de Oyo.
  • Casa dos Mitchells, Kings of Brazil, clã cigano de origem brasileira estabelecido nos Estados Unidos.
  • Casa de Alcântara-Santos -Goiás- von Treuberg. Descendentes de d. Pedro I e da Marquesa de Santos. Em tempos modernos não há distinção entre filhos legítimos ou naturais, portanto teriam a preferência caso venha ser selecionada a dinastia bragantina.

Com tão nobres sangues talvez seja difícil escolher com justeza o soberano brasileiro. Adicionalmente, há questões práticas, tais como como fazer o toque real para curar escrófula meio a distanciamento social. Caso não haja um consenso de restabelecer a monarquia no Brasil, outras alternativas para alcançar uma almejada estabilidade seriam:

  • Reconhecer o governo do Autoproclamado Presidente do Brasil, José de Abreu (PAZ – Partido Alternativo da Zoeira), sediado no Rio.
  • Reconhecer o governo do Presidente Constituinte do Brasil, Célio Evangelista Ferreira do Nascimento, sediado em Brasília e que desde 29 de dezembro de 2017 conduz o governo constitucional, embora recentemente tenha se convertido em um preso político.
  • Dissolver a República Federativa do Brasil e refundar o país como uma Federação Brasileira, sob presidência de Thomas Korontai.
  • Reanexar a Cisplatina e restabelecer a cidadania brasileira aos orientales e colocar o Mujica como presidente do Brasil.
  • Revogar a independência e reconstituir o estado Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Assim, teríamos já um presidente e um primeiro-ministro que desde a Revolução dos Cravos demonstram ser funcionais.

Não foi fácil chegar a essa restrita lista. Foram consultados as Institutas e o Digesto de Justiniano, a Lei das Sete Partidas, as Actas das Cortes de Lamego, a Constituição Imperial de 1824, dentre outros diplomas. Caso conheça outras nobres casas com pretensões à coroa brasileira, contribua nos comentários.

8 comentários em “Quem ocuparia o trono do Brasil?

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  1. Na verdade, o respeito a tradição histórica do nosso país exige, sim, que seja um membro da casa Imperial de Orleans e Bragança, pois são os descendentes diretos daqueles que fundaram e desenvolveram o Império Brasileiro. Escrevo isso sendo apenas um simpatizante, sem nenhuma ligação nobre, a volta do regime monárquico, pois como muitos sabem, a República no Brasil foi um golpe orquestrado por grupos de índole duvidosas e antipatrióticas.

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    1. Golpe por golpe, D. Pedro I subiu ao trono dando golpe contra o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves; e D. Pedro II deu golpes contra a constituição tanto no golpe da maioridade quanto nas dissoluções inconstitucionais da Câmara no chamado “parlamentarismo às avessas”.

      Os Braganças já tiveram sua oportunidade. Fizeram muita burrada e corrupção.

      Sou monarquista, mas um Orleans e Bragança NUNCA!!!

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      1. 1) E no seu ponto de vista, quem de fato teria o direito real ao trono?

        2) Não sei se pode se chamar de “golpe da maioridade” algo que foi feito para apaziguar as províncias devido a um contestado governo regencial que motivaram as revoltas e a instabildiade política. D. Pedro II seria aclamado imperador do mesmo jeito, só adiantaram a aclamação para “apaziguar” as coisas. Essa “adiantamento da maioridade”, foi aprovado pelo parlamento e teve muita aceitação popular, nota que D. Pedro II com 13 anos não foiquem encabeçou isso tudo.

        3) No que tange ao “Parlementarismo as Avessas” eu não vejo como golpe, mas, uma forma “parecida” com o modelo da monarquia inglesa, onde D.Pedro II mostrou ser bem mais democrático no ato de compartilhar a governança do país e Dom Pedro II mantinha o poder soberano nas decisões administrativas e governamentais no Brasil.

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  2. Faltou a Casa de Castro e Melo, hoje chefiada pelo Marques de Santos Dom Roberto de Castro e Melo, famoso filantropo, embora não tenha a menor chance ou intenção de tornar-se monarca (pois está fora da linha de sucessão). Acho interessante lembrar que Domitila de Castro foi uma das pessoas mais poderosas e influentes de seu tempo, com uma vida de atuação política que se estendeu muito mais do que os anos em que viveu na corte como amante do imperador do Brasil, legado este que por incrível a que pareça se estendem até o dia de hoje.

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