Hoje estava voltando de São Paulo e próximo a Campinas vi uma placa: “No Outlet Premium”. Fiquei encucado, o que raios seria esse “Sem Saída Prêmio”, depois entendi que o NO era a junção da preposição EM e o artigo O em português, e não o advérbio de negação em inglês.
Já não basta outdoor (em português de gente: placa, em inglês billboard) e o adjetivo shopping terem virado substantivos (na língua lusitana galeria ou centro comercial, na versão anglo-saxã: shopping mall) e acabarem no vocabulário oficial, há termos publicitários (uso de fashion como adjetivo), ligados a tecnologia da informação (pen drive), novidades cosmésticas (peeling, lifting), serviços (disk-qualquer coisa, drive in), atividades (camping, footvolley, cooper, fitness) que não sei que língua estão, pois garanto que em inglês não são.
Cartazes, letreiros, nomes e marcas destinadas ao público deveriam ser no vernáculo. Qual é a graça desses pseudo-anglicismos?
Vivemos uma intensa troca cultural e é inevitável o uso de estrangerismos, mas criar neologismos que não existem na língua original servem de oportunidade para o ridículo, além de demonstrar o desconhecimento da língua materna e a falta de auto-estima linguística.
Longe de ser purista, no meu discurso privado e cotidiano emprego uma alfarabia que mistura tudo, mas quando expresso publicamente – tanto por meio oral quanto escrito – primo por usar o código padrão. Não doeria a nada os cartazistas caprichar um pouquinho mais.
Para finalizar, vi outro dia uma placa de consultório odontológico “Consultório White Dent” (amassado branco, dente em inglês é tooth, dent significa amassado)