
Este é um dos raros momentos que me dou o luxo de gabar-me de minha alma mater e de colegas prestigiosos. Um egresso da Universidade de Uppsala, Svante Pääbo foi anunciado como ganhador do Prêmino Nobel de medicina e fisiologia de 2022.
Svante Pääbo é filho do também laureado do Prêmio Nobel de medicina Sune Bergström e da química estoniana Karin Pääbo. Ingressou na Faculdade de Humanidades Universidade de Uppsala em 1975 (onde estudei meu mestrado). Lá Svante estudou história, egiptologia e russo. Depois, ainda em Uppsala estudou medicina e começou seus estudos de doutorado no departamento de pesquisa celular.
Ainda estudante, ganhou notoriedade ao conseguir extrair o DNA de uma múmia de 2.400 anos. Doutorou-se em 1986.
Svante Pääbo aprimorou técnicas que permitem determinar sequências de DNA de vestígios arqueológicos e paleontológicos. Foi como inventar uma máquina do tempo: com sua técnica os genomas de organismos extintos bem como humanos, animais e patógenos antigos puderam ser estudados.
Trabalhando no Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, Alemanha, onde hoje é diretor, Pääbo sequenciou a genética dos neandertais e descobriu que os homídeos denisovanos constituíam uma espécie distinta. Demonstrou que o DNA dos humanos atuais possuem um legado genético dos neandertais e denisovanos. Também localizou um gene associado à capacidade de produzir fala articulada, o FOXP2, cuja forma moderna emergiu cerca de 120.000 anos atrás.
O mapeamento de DNA antigo gera consequências fisiológicas e médicas atuais. Ao conhecer a genética de organismos do passados, compreendemos as transformações e seus potenciais efeitos nas populações atuais.
Pääbo junta-se ao rol dos 15 ex-alunos da Universidade de Uppsala a ganhar o Prêmio Nobel. É palestrante regular e participa de várias comissões na Universidade de Uppsala.
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