Os mandeus: gnósticos e discípulos de João Batista

Uma das mais antigas, desconhecidas e misteriosas religiões abraâmicas, os mandeus prestam grande reverência a João Batista. Consideram-se a religião original de Adão e praticam semanalmente um batismo e refeição ritual. Para eles, Jesus seria um falso profeta no embate cósmico entre as Luzes e as Trevas. É a única religião gnóstica com contínua iniciação desde a Antiguidade.

São conhecidos como mandeus (de mandaiia, conhecimento, em sua língua aramaica). Essa designação, atribuída externamente, hoje se refere aos membros não iniciados. Seu clero recebem o nome de nasuraiia, os observantes ou os iniciados, como os nazireus da Bíblia[1]. Autodenominam-se como os filhos da luz, os eleitos ou os justos. Os muçulmanos os chamam sabeus (batizadores) e os associam aos misteriosos sabeus de Harran do Alcorão[2], um dos Povos do Livro, adoradores sinceros que antecederam a Maomé.

Mandeus

História

Os mandeus não reconhecem um fundador histórico, mas se veem como continuação da religião de Adão. Assim, é difícil reconstruir a origem do mandeísmo. No passado especulou-se que seria a seita original fundada por João Batista, uma dissidência gnóstica do cristianismo, um culto mesopotâmico com influências maniqueístas ou um grupo de devotos de São João (o Evangelista ou o Batista) que se degenerou. No entanto, atualmente o exame de seus escritos sagrados, da língua (falam uma variante oriental do aramaico), dos rituais batismais semelhantes aos banhos sagrados judeus do período do Segundo Templo, da cosmologia gnóstica dualista levaram à formulação de duas hipóteses.

O pesquisador Kurt Rudolph[3] aponta a possibilidade de os mandeus serem uma continuação de tradições da Mesopotâmia e da Palestina. Sua origem parece ser pré-cristã nas seitas imersionistas judaicas, como os essênios ou os seguidores de João Batista. Seria plausível suas lendas de uma fuga da Palestina depois da destruição de Jerusalém, visto referir aos locais de batismo como Jordão, além de outros elementos judaicos na língua e ritual. Na Mesopotâmia adquiriu contornos locais. Entraram em contato com textos canônicos e apócrifos cristãos, tanto ortodoxos quanto gnósticos, bem como com as religiões locais (como os elcasaitas e maniqueístas) e o zoroastrismo. A situação de minoria entre muçulmanos e o contato com missionários católicos acabariam por moldar ainda mais a religião. No entanto, não seria descartável o papel de João Batista na origem dos mandeus.

Outra escola de pensamento, proposta pelo pesquisador Edmondo F. Lupieri[4], localiza a origem dos mandeus na Mesopotâmia. Lupieri vê a associação dos mandeus com João Batista e com os sabeus do Alcorão bem como a migração da Palestina como lendas tardias. A religião teria emergido no sul iraquiano, na encruzilhada de rotas comerciais, depois do cristianismo antes da queda do império dos arsácidas, em 224 d.C. Nesse período o gnosticismo cristão era rampante e um escriba, Zazai d-Gawazta, teria composto um dos mais antigos textos sagrados. Assim, seria plausível creditar-lhe a fundação dos mandeus.

É indiferente quais das hipóteses seja correta. Os atuais mandeus são a única religião que historicamente se identifica como seguidora dos preceitos de João Batista.

Com a islamização a partir do século VII d.C., os mandeanos buscaram se identificar como “povo do livro”, como os misteriosos sabianos do Alcorão. Gradualmente migraram para os pântanos do sul do Iraque, mas retiveram uma cultura letrada, a qual os distingue dos outros “árabes dos pântanos”. Nos início da Idade Moderna, comunidades fora dos pântanos aparecem desde o norte em Mossul, passando por Bagdá, até o estreito de Ormuz. Nessas comunidades urbanas foram ourives, ferreiros e construtores de barcos.

No século XIII aparecem as primeiras referências ocidentais sobre eles. Contudo, somente com a aventura portuguesa às Índias no século XVI que os europeus passaram a ter consciência da existência dos mandeus. Missionários portugueses e italianos tentaram convertê-los ao catolicismo romano e cooptá-los para o projeto colonial lusitano.

Em 1633, um cavaleiro mandeu foi batizado católico com o nome de Luis de Souza. Ele, com centenas de correligionários, se juntou ao exército português. Há registros de comunidades mandeias falando português nessa época. Como os “cristãos de São Tomé” do sul da Índia, os “cristãos de São João” eram vistos como potenciais aliados contra os turcos, persas, mogols indianos e árabes muçulmanos tão logo se submetessem aos papado romano e a seu representante em Goa. Essa política era consonante com a busca do Preste João, lendário imperador cristão poderoso com os quais os portugueses esperavam forjar uma aliança militar e comercial. Um dos animadores dessa política, o carmelita Frei Ignatius à Iesu (Ignácio de Jesus Carlo Leonelli), publicou em Roma a Narrativa da origem, dos rituais e erros dos cristãos de São João (1652) e visava um êxodo para alguma área controlada pelos portugueses nas costas do Oceano Índico. Certamente na época a comunidade mandeia era bem maior, porém sua ética pacifista não os faziam soldados desejados. A política de aproximação terminaria com retirada dos portugueses do Golfo Pérsico, o desinteresse dos mandeus em se tornarem católicos romanos ou de lutarem pelos europeus.

A publicação do Ginza em latim pelo viajante sueco Matthias Norberg em 1781 despertaria o interesse acadêmico pelos mandeus. Vários estudos (e teorias mirabolantes) apareceram. Estudos mais profundos começaram com a antropóloga britânica Ethel Stefana Drower (1879 –1972), a qual coletou vários manuscritos e escreveu etnografias sobre os mandeus. Nos anos 1940 pesquisadores escandinavos[5] na Universidade de Uppsala propuseram teorias sobre suas origens que combinavam as influências na religião dos mandeus. Por um tempo, houve uma febre mandeia entre estudiosos do Novo Testamento, com teólogos como Rudolf Bultmann esperando encontrar elementos que iluminassem as narrativas dos primeiros cristãos. Há sim paralelos entre os escritos joaninos do Novo Testamento, como motivos literários e símbolos como a dualidade entre luz e trevas, a metáfora do Bom Pastor e a batalha final entre o Bem e o Mal. Contudo, são dicotomias e metáforas presentes em diversas religiões ao redor do mundo, além de bastar uma análise superficial dos escritos mandeístas para identificar interpolações posteriores à canonização do Novo Testamento. No entanto, recentes reavaliações por biblistas reacenderam o interesse de uma potencial fonte etnográfica para os estudos do Novo Testamento.

As guerras do Irã-Iraque, a do Kuwait, a invasão do Iraque de 2003 e a insurgência que se seguiu afetaram drasticamente os mandeus. Estima-se que no começo dos anos 2000 havia entre 25.000 e 70.000 mandeus no Iraque e Irã. Com a vida ameaçada, a comunidade refugiou-se em massa na Síria, Jordânia, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Suécia. Nesse último país vivem hoje cerca de 8.000 mandeus.

Escrituras

A principal fonte para a doutrina do mandeísmo é o livro Ginza, o Tesouro. A primeira parte, o Ginza Destro, é uma antologia de 18 tratados de temas cosmológicos, teológicos, didáticos e éticos. O livro 7 seriam aforismos de João Batista. Outra parte, o Livro das Almas ou o Ginza Esquerdo, contém os três livros, com ensinamentos de Adão a seu filho Sete e hinos para a ascensão da alma ao Reino de Luz. É o principal livro litúrgico e, como outros escritos mandeus, está escrito na língua mandaica. Eis alguns trechos:

“Se você vir alguém com fome, alimente-o; se você vir alguém com sede, dê-lhe de beber”. Ginza Destro I.105.

“Dê esmola aos pobres. Quando você der, não ateste. Se você der com a mão direita, não diga à mão esquerda. Se você der com a mão esquerda, não diga à mão direita”. Ginza Destro II.i.34.

“Vocês, os escolhidos … não usem ferro e armas; que suas armas sejam conhecimento e fé no Deus do mundo da luz. Não cometa o crime de matar qualquer ser humano”.

“Vocês, os escolhidos … não confiem nos reis e governantes deste mundo, não usem soldados, armas ou guerras; não confie em ouro ou prata, pois todos eles abandonarão sua alma. Suas almas serão nutridas pela paciência, amor, bondade e amor pela vida”.

Outras escrituras são o Qolusta, um livro de cânticos, e o Livro de João, com sermões de João Batista, discursos de Sem[6], a aparição de Enos[7] em Jerusalém. Há ainda manuscritos da “Coleção Drower” em Oxford e outros inéditos que contém textos mágicos, poesias, narrativas históricas e mandamentos morais. As ilustrações com cenas cotidianas em traços abstratos denotam uma beleza singela. A preservação das escrituras era motivada politicamente para fundamentar a classificação dos mandeus como povo do livro, critério a ser tolerado pelo islam.

Cosmologia

Não há uma doutrina sistemática mandeísta e parte de seus ensinos são reservados somente aos iniciados. Contudo, em linhas gerais creem que o universo consiste em um dualismo entre um “Mundo da Luz” e um “Mundo das Trevas”. Obviamente, o Deus supremo governa o Mundo da Luz, localizado no norte. É invocado como a Vida, Senhor Máximo, Rei da Luz, Grande Mente e está cercado por seres menores ou anjos que vivem em moradias ou mundos.

Do Mundo da Luz emanam quatro eras ou criações: a Primeira Vida, cujo demiurgo é Yoamin; a Segunda Vida, com Abathur como o demiurgo; a Terceira Vida, cujo criador personificado é Ptahil; a última, atual e Quarta Vida, a qual surgiu após o dilúvio.

No sul o Mundo das Trevas, governado pelo Senhor das Trevas surgiu das águas escuras, o caos. Um casal maligno, o dragão gigante Ur e o incorpóreo espírito santo femino Ruha, junto com seus filhos os sete planetas e os doze signos do zodíaco, são os principais seres do Mundo das Trevas.

O conflito entre luz e trevas, vida e morte, bem e mal, direita e esquerda, resultaram no mundo atual.

O primeiro homem, Adão, foi criado pelo Mundo das Trevas, mas sua alma provém do Mundo da Luz. Eva foi criada exclusivamente do Mundo da Luz.

Vários mensageiros, ajudadores ou redentores mitológicos foram enviados pelo Mundo da Luz para iluminar os mandeus. O principal redentor é Manda d-Haiyi (o Conhecimento da Vida), acompanhado de Abel, Sete e Enos. Manda d-Haiyi (ou Enos em algumas versões) teria confrontado Jesus Cristo em Jerusalém para o expor como um mentiroso e um falso messias. Apesar disso, Maria aparece na tradição mandeia de forma positiva, algo que suscita a possibilidade de origem antiga do mandeísmo[8]. Já nessa época Yahia-Yohanna, João Batista, ensinava a verdadeira religião mandeísta, por isso ele não seria o fundador.

Os mandeus seriam os únicos descendentes de Adão a manter a religião incorrupta. Por meio do conhecimento e ritual corretos se alcança a salvação.

A morte é a libertação da alma em uma perigosa jornada para os reinos da luz, com uma parada em um estado intermediário (tipo um purgatório ou limbo). Depois do julgamento os justos sobem ao Reino de Luz.

Apesar de um esoterismo acerca de suas crenças, ênfases em anjos, menções de demiurgos, a relação com os movimentos gnósticos é debatível. Ao invés de uma só pleroma como no gnosticismo, o cosmo é nitidamente dividido entre as luzes e as trevas. Isso e outros detalhes apontam para uma distinção entre o mandeísmo e gnosticismo.

Práticas

O principal local de culto é a margem do rio ou piscina conectada a um rio, a qual chamam de Yardna (jordão), os quais miticamente estão conectados com as águas vivas do Mundo da Luz. Na Mesopotâmia o mandi ou templo era uma simples casa de adobe ou tijolos, com telhado inclinado e cercada por um muro alto. O mais significativo símbolo é o darfash, uma cruz coberta com um lençol branco e ramos de murta.

O rito máximo é o batismo ou masbuta. Todo domingo, homens e mulheres vestindo trajes e véus brancos se reúnem para as imersões. O sacerdote imerge cada fiel triplamente, depois asperge três vezes a cabeça do mandeu, o qual bebe três goles de água e, por fim, recebe a imposição das mãos do sacerdote. Depois, em terra seca, mas ao lado do jordão, o sacerdote unge o mandeu com óleo de gergelim e dividem uma comunhão de pão e água. Há uma oração que sela o crente contra os maus espíritos e terminam o serviço uma saudação elaborada. Há outros dois rituais com água que mesmo os leigos podem realizar e em outros dias da semana.

O serviço fúnebre, traduzido nas línguas ocidentais, como missa pelos mortos, é outro rito importante. Consiste em lavagens e unção do corpo, o qual será sepultado sem marcação alguma.

Outros eventos comunitários e ritos de passagem variam com elementos do batismo. Celebram o fim do ano, a purificação do templo, casamento, refeições comunais e ordenações dos sacerdotes.

Os nasuraiia, sacerdotes, consistem em duas classes, os tarmidi e os supervisores (ganzibri, tesoureiros, palavra de mesma raiz que Ginza). No passado havia um sumo-sacerdote, o rishamma. O treinamento é feito por iniciação nos ensinos e rituais. Somente homens são iniciados, embora haja evidência de sacerdotisas no passado.[9]

A ética mandeana os mantinha distintos dos seus vizinhos sunitas, xiitas, cristãos e judeus da Mesopotâmia, apesar de diversos preceitos comuns. Praticam casamento endógamo, pois somente os filhos de casais mandeus serão considerados mandeus, já que não são uma religião de conversão. Monogâmicos, as relações domésticas são igualitárias. Diferente dos povos vizinhos, não praticam a circuncisão. Possuem suas próprias normas alimentares, abstém-se de bebidas intoxicantes e praticam rituais de abatimento de animais. Enfatizam as esmolas e o pacifismo. Esse comportamento ético remete às obrigações dos nazireus da religião israelita.

Considerações finais

Os mandeus constituem umas das comunidades etnorreligiosas mais fascinantes da tradição abraâmica. Ainda que faltem evidências para determinar seguramente suas origens na Palestina do período do 2º Templo ou na Mesopotâmia do século II, é uma importante fonte para conhecer as práticas, contextos e visão de mundo dos gnósticos, cultos iniciáticos, dos primitivos cristãos e judaísmo rabínico.

O mais surpreendente, em uma da mais conturbadas e violentas regiões do mundo, esse povo conseguiu sobreviver. Embora hoje boa parte de seus membros vivam em uma diáspora, demonstram como uma sociedade pacifista é capaz de manter sua ética mesmo em condições adversas.

NOTAS

[1] Os nazireus eram pessoas que temporariamente ou pela vida inteira se consagravam a um serviço a Deus, tendo regras dietéticas mais rígidas e proibição de tocar em mortos. Cf. Números 6:1-21. Entre os nazireus estariam Sansão, Samuel, João Batista, Paulo, Tiago Maior, irmão de Jesus, bem como a misteriosa comunidade recabita.

[2] Alcorão 2:62; 5:69; 22:17.

[3] Rudolph, 2008.

[4] Lupieri 2008

[5] Viggo Schou-Pedersen (1940), Torgny Säve-Söderbergh (1949), Geo Widengren (1961), Eric Segelberg (1958).

[6] Um dos filhos de Noé na narrativa bíblica.

[7] Neto de Adão na narrativa bíblica.

[8] Buckley 2002.

[9] Buckley, 2000.

SAIBA MAIS

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www.mandaeanunion.org/


Como citar esse texto no formato ABNT:

Citação com autor incluído no texto: Alves (2020)

Citação com autor não incluído no texto: (ALVES, 2020)

Referência:

ALVES, Leonardo Marcondes. Os mandeus: gnósticos e discípulos de João Batista. Ensaios e Notas, 2020. Disponível em: https://wp.me/pHDzN-3m2. Acesso em: 20 jul. 2020.

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