Turandot: nessun dorma

b9356187d62491db8c06716f618e9123

Na antiga China imperial a inteligente, bela e cruel princesa Turandot proclama: casará com qualquer príncipe que responda corretamente a três enigmas. Consequentemente, vários candidatos acabam na pior. Mas, o príncipe Calàf da Tartária decide arriscar-se, para horror de todos que o circundam.

Depois de resolver os três enigmas, Calàf -– não querendo que ela o despose por obrigação –- propõe-lhe um desafio: se ela descobrir seu nome até a manhã seguinte, ele suicidaria-se, deixando-a livre.

A princesa proíbe a todos de dormir até que descubram o nome do príncipe desconhecido.

Nesse instante, no início do terceiro e último ato da ópera, Calàf no jardim do palácio canta essa magnífica ária “nessun dorma”.

A letra dessa ária contém a promessa desafiadora de Calàf:

O príncipe desconhecido
Nessun dorma
Nessun dorma!…
Tu pure, o Principessa,
Nella tua fredda stanza
Guardi le stelle
Che tremano d’amore e di speranza.
Ma il mio mistero è chiuso in me,
Il nome mio nessun saprà!
Sulla tua bocca lo dirò!…
(Puccini: Quando la luce splenderà!)
Quando la luce splenderà,
(Puccini:No, no, Sulla tua bocca lo dirò)
Ed il mio bacio scioglierà il silenzio
Che ti fa mia!…
Que ninguém durma!
Que ninguém durma!
Você também, ó Princesa
Em seu quarto frio,
olhe as estrelas
Tremendo de amor e de esperança
Mas meu segredo permanece comigo,
meu nome ninguém saberá.
Sobre tua boca o direi
(Puccini: Quando a luz brilhar)
Quando a luz brilhar
(Puccini: Não, não, sobre tua boca o direi)
E o meu beijo fulminará o silêncio
que te faz minha…
Vozes femininas
Il nome suo nessun saprà…
E noi dovremo,
ahimè, morir!…
Seu nome ninguém saberá
E nós teremos,
oh!, de morrer, morrer
O príncipe desconhecido
Dilegua, o notte!…
Tramontate, stelle!…
All’alba vincerò!…
Vincerò! Vincerò!…
Parta, oh noite
Esvaneçam, estrelas
Ao amanhecer,vencerei!
Vencerei! Vencerei!

Por boas razões essa ária me comove a cada vez que a escuto. A rendição de Pavarotti é memorável:

Essa última ópera de Giacomo Puccini (1858—1924) estreada em 1926 no teatro La Scala de Milão baseia-se na commedia dell’arte homônima de Carlo Gozzi (1720 — 1806). A história de Turandot é uma daquelas que ninguém sabe ao certo a origem e abundam em versões. Teria sido um conto do Les Mille et un jours (1710) de François Pétis de la Croix. Schiller também fez sua versão. Puccini não sobreviveria à sua ópera, ficando a Franco Alfano o encargo de terminá-la.

Evitando spoilers, para quem quiser ler o libretto, escrito por Giuseppe Adami e Renato Simoni, há os três atos online em português:

http://opera.stanford.edu/Puccini/Turandot/ato1.html

http://opera.stanford.edu/Puccini/Turandot/ato2.html

http://opera.stanford.edu/Puccini/Turandot/ato3.html

Um comentário em “Turandot: nessun dorma

Adicione o seu

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Um site WordPress.com.

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: