“O que quero não é defender o relativismo, que de qualquer forma é um termo esvaziado, um brado de guerra do passado, mas combater o anti-relativismo, que me parece em franca expansão e representa uma versão modernizada de um equívoco antigo.
Não foi a teoria antropológica como tal que fez com que o nosso campo parecesse um argumento maciço contra o absolutismo no plano das idéias, das questões morais e do julgamento estético. Foram os dados antropológicos: costumes, crânios, escavações e léxicos.
A idéia de que foram Boas, Benedict e Melville Herskovits, com a ajuda européia de Westermarck, que contaminaram nosso campo com o vírus relativista, assim como de que foram Kroeber, Kluckhohn e Redfield, com um auxílio semelhante de Lévi-Strauss, que se esforçaram para nos livrar dele, não passa de mais um dos mitos que confundem toda esta discussão.” Clifford Geertz.
Palestra de Geertz que critica o anti-relativismo sem fazer apologia ao relativismo.
Leio o artigo na íntegra no site da ANPOCS ou o original em inglês publicado como Distinguished Lecture: Anti Anti-Relativism American Anthropologist June, 1984 Vol. 86 (2): 263-27.
Ainda sobre o tema, Diferença entre relativismo cultural e relativismo moral
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