O misterioso manuscrito criptografado de uma seita secreta da época do iluminismo finalmente decodificado.
O livro — sem figuras, cheio de sinais gregos, romanos e logogramas em 105 páginas lindamente encadernadas — era um mistério. Ninguém sabia a língua, conteúdo, propósito e quem o fizera.
As únicas palavras em caracteres latinos eram “Philipp 1866” e “Copiales 3”.
Finalmente, no final de 2011, Beáta Megyesi e Christiane Schaefer, ambas pesquisadoras da minha alma mater, Universidade de Uppsala, juntos com Kevin Knight, pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia, decifraram o livro.
Trata-se de uma criptografia por substituição, nada tanto sofisticado, mas deu trabalho para decifrar por usar logogramas — símbolos que isoladamente representam ideias ou palavras.
Provavelmente escrito entre 1760 e 1780, era um livro iniciático de uma fraternidade secreta, os Oculistas, que, como o nome sugere, eram obcecados pelo olho. O texto descreve suas cerimônias.
Poucas pessoas ouviram falar deles. De tão secretivos que são, há poucas referências públicas aos Oculitas — ou a Alta Iluminada Ordem dos Oculistas.
Do século XVII ao XIX esteve na moda fraternidades inspiradas em profissões artesãs, como os pedreiros-livres, os carbonários, os lenhadores, dentre outras. Os oculistas faziam parte desta tendência. Apesar do caráter secretivo, não há nada misterioso. Seria similar aos ritos, eventos e indumentária de cosplay atuais.
A mais remota menção dos Oculistas é de 1745. Talvez ainda existam…
SAIBA MAIS
- http://stp.lingfil.uu.se/~bea/copiale/
- Henning, Aloys “Eine frühe Loge des 18. Jahrhunderts: ‘Die Hocherleuchtete Oculisten-Gesellschaft’ in Wolfenbüttel”, in: Europa in der frühen Neuzeit, Festschrift für Günter Mühlpfordt 5, Aufklärung in Europa, hg. Erich Donnert, Köln/Weimar/Wien 1999, S. 65-82.
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