Pouco estudado, o tempo futuro no português é uma das raras formas verbais com valor modal nessa língua. Conforme a intenção ou certeza do futuro, pode-se expressá-lo gradativamente nos seguintes modos:
Ir+estar+gerúndio
Tido como forma “feia” ou “errônea” por muitos, essa formulação indica que embora tenha intenção, é bem improvável que aconteça. É o que ocorre em atendimentos de SAC:
“Vou estar encaminhando sua reclamação, logo o senhor vai estar recebendo-a resolvida.”
Presente + advérbio de tempo
Muito provável que ocorra, mas nem tanto.
“O dia foi difícil, mas balada está boa. Chego amanhã antes do café.”
Futuro do presente analítico: ir+infinitivo
De uso coloquial e com menor certeza que a forma sintética.
“Vou tomar só mais um golinho.”
Futuro do presente sintético
Mais formal, plausível e compromissado que o futuro analítico.
“Fique tranquilo. Comunicaremos sua família”.
Haver de + infinitivo
O mais presumível de todos. Dizem os americanos que só dos impostos e da morte estamos certos. Não é por acaso que os monges cartuxos saúdam-se com:
“Lembre-se irmão, hás de morrer!”
P.S.: Os exemplos constituem um pequeno conto sobre uma happy hour de sexta-feira.
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