Bem, ainda não sabemos de onde vieram, mas graças à genética há uma luz sobre a etnogênese do povo basco.
Os bascos — etnia no noroeste dos Pirineus — mantém sua identidade distinta de todos os povos indo-europeus da Europa, principalmente por meio de seu idioma isolado, o euskara.
O geneticista Mattias Jakobsson, da Universidade de Uppsala, Suécia, analisou os genomas de oito esqueletos encontrados em uma caverna chamada El Portalón, no País Basco espanhol, e concluiu que os bascos possuem uma origem mais recente.
O povo basco teria se formado entre 3.500 e 5.500 anos atrás com a adição de caçadores-coletores à populações agricultoras. Essa população adquiriu uma organização social própria e costumes singulares em relação a seus vizinhos — notavelmente sua língua. Com essa identidade formada, esse povo conseguiu manter sua distinção étnica, mesmo que sem constituir um estado independente, salvo o efêmero Reino de Navarra, dominado por senhores não bascos.
Desde sua origem, o povo basco manteve sua etnicidade, apesar das invasões celtibera, romana, visigoda, moura, castelhana e francesa. O fantástico disso é que o País Basco situa-se em uma das áreas mais transitadas da Europa, no noroeste dos Pirineus.
A língua basca, ou euskara, falada por um terço dessa etnia, foi um dos principais elementos para a resistência desse povo. Trata-se de uma língua aglutinante sem relações nenhuma com seus vizinhos indo-europeus. No começo do século XX começaram a produzir obras literárias escritas e ensiná-las em escolas informais organizadas nas igrejas e fazendas. Durante a Guerra Civil Espanhola e ditadura de Franco (1936–1975), o povo e a língua foram reprimidos sem piedade, notoriamente no bombardeio de Guernica em 1937. Com a redemocratização espanhola, ganharam autonomia e direito de usar livremente sua língua.
Saiba mais:
Ancient genomes link early farmers to Basques Press release. Universidade de Uppsala.
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