Extra! Revelado quem vai ganhar e quem já perdeu a eleição

A faixa presidencial vai para alguém de Minas Gerais – de BH precisamente – com cabelão esquisito, de um partido de centro-esquerda envolvido em escândalos de corrupção.

Apesar de sua formação em economia, manterá a (impossível) política social e econômica de “fazer o país crescer sem precisar dividir” apoiando, entretanto, políticas de cotas e de transferência de renda (as “bolsas” e os financiamentos à habitação).

Ou seja, tanto Dilma ou Aécio, não há diferenças. A mesmice esperada do próximo ocupante do Alvorada não se deve tanto pelas suas intenções, mas àqueles que já foram eleitos: o Congresso Nacional.

Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados houve uma diluição das cadeiras em 28 partidos. A maioria deles possui uma base ideológica fraca. Para piorar, são compromissados com grupos de interesses fortes, isto é, as bancadas da bala, ruralistas, evangélica, sem contar vínculos com seus currais eleitoreiros (E ainda dizem que no Brasil não há voto distrital, portanto oficialmente não existem “deputados representantes de Sococó da Ema ou de Jijoca de Passa-Quatro do Sul”…).

Em uma democracia sólida, um Congresso Nacional fragmentário até seria benéfico. Nesse caso, o chefe de governo teria que suar muito para ser persuasivo o bastante e convencer o legislativo a acatar seus projetos. Mas no caso brasileiro, a governabilidade foi para o ralo. A presidência da República vai ter que trocar 21 mil cargos comissionados por votos, aceitar emendas orçamentárias, dizer sim a propostas indecentes contra o bem comum.  Isso porque nessa 55ª legislatura não há uma predominância nem da base do PT ou do PSDB, mas de um Centrão fisiologista disposto a vender seu apoio a quem ganhar e lhe der ganhos. A politics vai ser tensa pelos próximos quatro anos.

Gosto da acepção tripartida que o termo política possui em inglês: politics, polity e policy.  Politics é o jogo. São as articulações com cartas de poder para alcançar algum objetivo. Polity são as regras do jogo, as estruturas constitucionais. Já policy é tanto a estratégia quanto o objetivo da jogada. É o conjunto de diretrizes que norteiam a ação gestora de um governo.

Com a derrota de candidatos peso-galo porém audazes por mudanças – Marina, Luciana Genro, Eduardo Jorge – se evidencia que o povo que saiu às ruas em 2013 não está a fim de mudanças drásticas de polity. Não querem mudanças constitucionais. Que continuem reeleições eternas no legislativo. Que os partidos e a grande mídia continuem a receber subsídios públicos. Que a instrumentalização do medo e do crime continue manipulando. Que a máquina pública continue ineficiente. A mensagem dada foi: deixe estar como está.

Pior foi o caso de Marina. Ela mudou suas posições conforme as fatwas de líderes religiosos que nem mesmo a apoiando estavam. Não sabia que no Brasil, tal qual a República Islâmica do Irã, possuía uma Assembleia de Peritos Religiosos dizendo qual policy os candidatos devam assumir. Não creio essa Assembleia Peritos possua uma composição tão diversas quanto os doze discípulos de Jesus. Só para lembrar, entre os doze discípulos havia Mateus Levi, coletor de impostos e colaborador do regime imperialista romano como também havia Simão, o Zelota, partidário de um grupo radical popular para os quais a violência era válida para se livrar dos romanos. Acho que no caso da Assembleia dos Peritos tupiniquim não há um espectro político tão amplo quanto os discípulos de Jesus, mas predomina o perito do tipo Judas Iscariotes…

Nesse cenário, que rejeitou mudanças de polity, não permite governabilidade para implementar policies, vai predominar as politics de pior espécie: aquelas de corrupção.

O mais interessante saber não é quem vai ganhar a eleição, mas quem perdeu: o Brasil.

dilmecio

2 comentários em “Extra! Revelado quem vai ganhar e quem já perdeu a eleição

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