Modos de inferência

Desde os nossos ancestrais da savana até o mundo virtual da internet desenvolvemos uma habilidade incrível de processar a babel das informações.

Para juntar as peças e tornar algo coerente, utilizamos quatro modos ou métodos de inferência.

Dedução

Deduzir [e partir do geral para o particular.  Raciocínio baseado em premissas gerais para determinar conclusões específicas. Por exemplo: P1 Todos os homens são mortais. P2 João é homem. Portanto, João é mortal.

Há alguns problemas mais comuns na dedução sumarizados no trilema de Agripa. Sempre que se quer provar que algo está realmente correto, sempre se chega a uma das três possibilidades:

  • Problema da regressão: todo argumento vai ter premissas que em si são conclusões de outros argumentos e assim sucessivamente até o infinito.
  • Axioma: algumas premissas jamais serão provadas, portanto, nem tudo será logicamente provado.
  • Raciocínio circular: um argumento é verdadeiro porque se supõe que uma premissa igual ao argumento seja verdadeira.

Indução

O raciocínio indutivo é partir de premissas particulares para generalizações. Por exemplo: P1 João é homem e mortal, P2 José é homem e mortal. Portanto, homens são mortais. 

Com isso, há o problema da indução: como ter certeza de que depois de n vezes o sol continuará nascendo?

Abdução

A escolha de melhores premissas e suas relações para explicar uma conclusão. Na abdução as hipóteses com menor possibilidade explicativa são descartadas, algo por vezes chamado de navalha de Occam. Um exemplo: P1 João é adulto, P2 adultos geralmente são altos, Portanto, é provável que João seja alto. (A hipótese possível de que João fosse baixo é descartada).

A abdução combina elementos de dedução e indução e serve para raciocinar nas maiorias da situações que vivemos: com parcialidade de informações. Contudo, tem o problema do outlier ou o ponto fora da curva que é um evento raro, porém verdadeiro. (João ser adulto e baixo).

Analogia

A analogia pega traços similares de um particular e aplica-os para ilustrar outro particular diferente. Um exemplo clássico: P1 João é mamífero, bípede, com polegar oponente e humano. P2 José é mamífero, falante e com polegar oponente. Portanto, José provavelmente é humano. (Poderia ser outro primata, embora não tenhamos informação se João seja falante ou se ser bípede implica em humanidade).

Como já é possível inferir por indução, também tem problemas com a analogia. A analogia falaciosa (confundir alhos com bugalhos) é considera uma correspondência possível como se fosse certa. Um ganso anda como um pato, grasna como um pato, mas não é um pato.

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