
Os povos malaio-polinésios foram um dos maiores navegadores. Singraram da Ilha de Páscoa ao Madagascar, do Havaí à Nova Zelândia. Utilizavam meios sofisticados para comunicar seus roteiros, como essa carta náutica acima, feita com gravetos. Contudo, agora imagine você com essa tela na mão e no meio do oceano. Para onde iria? Esse artefato nada significa ao não iniciado, a menos que haja alguma forma de transmissão cultural. É algo semelhante proposto nesse roteiro de leitura das obras “clássicas” da antropologia.
É muito pretensioso assumir que há um único caminho para conhecer os textos, questões e trabalhos mais relevantes na antropologia. Mas seguem aqui algumas sugestões para quem queira iniciar uma leitura “séria” e ir-se aprofundando. Obviamente, há meus vieses de formação e preferências.
Uma distinção inicial. Etnografia é tanto o processo de coletar dados em campo quanto o produto resultante, normalmente livros e artigos que reportam e analisam essa informação empírica. O termo etnologia é empregado tanto para trabalhos comparativos quanto as análises teóricas com base em etnografias. Etnologia também é empregada para estudos compreensivos de povos em “casa”, acepção que alguns antropólogos alemães trouxeram ao Brasil para referir-se à etnologia indígena.
Creio que o melhor modo de conhecer antropologia é conhecer o que os antropólogos fazem. Por isso, esse roteiro é orientado por obras etnográficas e etnológicas, com pitadas de discussões teóricas e outras obras instrumentais.
Começando aos poucos…
Esses textos breves e clássicos são agradáveis e dão uma amostra sobre o quê a antropologia se ocupa.
O capítulo introdutório de Malinowski (1978) é um registro clássico da impressão de ser deixado sozinho no campo de trabalho. Outro relato, divertido até, desse estranhamento encontra-se em Bohannan (1966). Alguns trabalhos que beiram o ensaio e a ficção transmitem com vivas cores essa impressão, como faz Borges (1969, 1970) e Miner (1956), ou na análise etnológica de Linton (2003). Vale a pena lê-los todos. Como complemento, há textos mais “sérios” sobre o trabalho do antropólogo (DA MATTA, 1978; DE OLIVEIRA, 1998).
Na hora de partir para algo mais substancial, Benedict (2013) faz parte do rito de iniciação. Esse livrinho instigou gerações de antropólogos, questionou as bases do preconceito. Ainda sobre cultura, conceito tão caro (e controverso), Laraia (2001) introduz com maestria esse construto.
Para ter uma visão ampla dos temas e questões tratadas pela antropologia, há dois caminhos. Um são os manuais e introduções. A respeito de livros e manuais introdutórios disponíveis no Brasil e Portugal, recomendo cautela. Geralmente são obras ou defasadas que continuam a serem impressas ou traduzidas sem considerar questões antropológicas locais. Tenha ressalvas em ler essas obras (LAPLATINE, 1993; LINTON, 1986; MONTAGU, 1972; RIVIÈRE, 2016), mas há algumas que estão atualizadas e contextualizadas, escolha uma delas que será suficiente para servir como linha-mestra (BATALHA 2004; GOMES 2009; MARCONI e PRESOTTO 2010; KOTTAK 2013).
Outra abordagem é ler coletâneas. Em menos de 270 páginas Castro (2016) faz um apanhado que inclui textos de Morgan, os difusionistas, Boas, Durkheim, Mauss, Radcliffe-Brown, Malinowski, Benedict, Firth, Lévi-Strauss, Louis Dumont, Victor turner, Geertz e Sahlins. Há boas seleções caso leia em inglês (ERICKSON; MURPHY, 2013; MCGEE; WARMS, 2008; MOORE, HENRIETTA L.; SANDERS, 2014). Esses textos permitem aprofundar-se nas questões teóricas. Ortner (1984, 2016) providencia uma visão geral e crítica dos desenvolvimentos teóricos das últimas décadas, bem como da história da própria antropologia.
Falando em história da antropologia, são poucas as abordagens gerais em português (ERIKSEN e NIELSENE 2007; ERICKSON e MURPHY 2015), enquanto há em outras línguas panoramas históricos e teóricos (BARNARD, 2000; BARTH et al., 2010; HARRIS; DEL TORO, 1999; MOORE, JERRY D, 2000). Sobre a antropologia no Brasil, dois textos são fundamentais (MELATTI, 1983; PEIRANO, 1990).
Obras citadas
BARNARD, Alan. History and theory in anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
BARTH, Fredrik et al. One discipline, four ways: British, German, French, and American anthropology. Chicago: University of Chicago Press, 2010.
BATALHA, Luís. Antropologia: Uma perspectiva Holística. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 2004.
BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Petrópolis: Vozes, 2013.
BORGES, Jorge Luis. O etnógrafo. 1969.
BORGES, Jorge Luis. O informe de Brodie. 1970.
ERICKSON, Paul A; MURPHY, Liam Donat. História da teoria antropológica. Tradução Marcus Penchel. Petrópolis: Vozes, 2015.
ERICKSON, Paul A; MURPHY, Liam Donat. Readings for a history of anthropological theory. Toronto: University of Toronto Press, 2013.
ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert. História da antropologia. Petrópolis: Vozes, 2007.
GOMES, Mércio Pereira. Antropologia. São Paulo: Contexto, 2009.
HARRIS, Marvin; DEL TORO, Ramón Valdes. El desarrollo de la teoría antropológica: historia de las teorías de la cultura. México: Siglo veintiuno, 1999.
KOTTAK, Conrad P. Um espelho para a humanidade: uma introdução à antropologia cultural. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.
LAPLATINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1993.
LARAIA, Roque De Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução. Os argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 17–34.
MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2010.
MCGEE, R Jon; WARMS, Richard L. Anthropological Theory: An Introductory History. Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2008.
MINER, Horace. Body Ritual among the Nacirema. American Anthropologist, 1956.
MONTAGU, Ashley. Introdução à antropologia. São Paulo: Cultrix, 1972.
MOORE, Henrietta L.; SANDERS, Todd. Anthropology in Theory: Issues in Epistemology. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2014.
MOORE, Jerry D. Visions of culture: An introduction to anthropological theories and theorists. Lanham, MD: Rowman Altamira, 2000.
ORTNER, Sherry B. Teoria na antropologia desde os anos 60. Mana vol.17 no.2 Rio de Janeiro Aug. 2011. [Theory in Anthropology since the Sixties. Comparative studies in society and history, v. 26, n. 1, p. 126–166, 1984.]
ORTNER, Sherry B. Dark anthropology and its others: Theory since the eighties. Journal of Ethnographic Theory, v. 6, n. 1, 2016. Disponível em: <https://www.haujournal.org/index.php/hau/article/view/hau6.1.004>.
PEIRANO, Mariza G S. Os antropólogos e suas linhagens. Brasilia: UnB, 1990. Disponível em: <http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_16/rbcs16_03.htm>.
RIVIÈRE, Claude. Introdução à Antropologia. Lisboa: 70, 2016.
Os livros citados até aqui são o suficiente para uma educação sólida em antropologia para uma compreensão não profissional. Caso queira aprofundar, há algumas etnografias frequentemente citadas, além de reflexões e debates teóricos. (Desculpem-me por não padronizar em um só estilo de referência). A escolha de quais delas ler depende do seu interesse em tópicos, temas, métodos, áreas e povos específicos. Antes começar a ler as etnografias, recomendo ler sobre etnografia como processo de escrita:
CLIFFORD, James; MARCUS, George E. Writing culture: the poetics and politics of ethnography. University of California Press, 1986.
GAY Y BLASCO, Paloma; WARDLE, Huon. How to read ethnography. London; New York: Routledge, 2006.
Algumas almas caridosas, coordenadas pelo antropólogo Marcelo Moura Mello, mantém uma lista atualizada no Google Drive de vários artigos clássicos da antropologia traduzidos e publicados em português.
Etnografias clássicas
ABU-LUGHOD, Lila. Veiled Sentiments: honor and poetry in a Bedouin society. Berkeley: University of California Press, 1986.
ANTZE, Paul. ‘Symbolic Action in Alcoholics Anonymous’, in DOUGLAS, Mary (ed.) Constructive Drinking: perspectives on drink from anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
BATESON, Gregory. Naven: A Survey of the Problems Suggested by a Composite Picture of the Culture of a New Guinea Tribe Drawn from Three Points of View. Stanford University Press, 1936.
BEHAR, Ruth. Translated Woman: crossing the border with Esperanza’s story. Boston MA: Beacon Press, 1993.
BENEDICT, Ruth. O crisântemo e a espada. 2ª edição; São Paulo: Perspectiva, 1997.
BIEHL, João. Vita: Life in a zone of social abandonment. Berkeley: Univ of California Press, 2013.
BLACKWOOD, E. (2005) ‘Wedding Bell Blues: marriage, missing men, and matrifocalfollies’ American Ethnologist 32(1): 3–19.
BOHANAN, Laura. [BOWEN, Elenore Smith, pseud.]. Return to Laughter. Londres: Gollancz, 1954.
BOUQUET, Mary. Reclaiming English Kinship: Portuguese refractions of British kinship theory. Manchester: Manchester University Press, 1993.
BOURDIEU, Pierre. A distinção crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.
BOURGOIS, Phillip. In Search of Respect: selling crack in El Barrio. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Os deuses do povo: um estudo sobre a religião popular. Uberlândia: EDUFU, 2007.
BROWN, Karen. Mama Lola: a vodou priestess in Brooklyn. Berkeley/Londres: University of California Press, 1991.
BUSBY, Cecilia. The Performance of Gender: an anthropology of everyday life in a south Indian fishing village. Londres: Athlone, 2000.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O índio e o mundo dos brancos. Campinas: Edunicamp. 1996 [1963].
CARSTEN, Janet. (1995) ‘The Politics of Forgetting: migration, kinship and memory on the periphery of the Southeast Asian state’. Journal of the Royal Anthropological Institute 1: 317–35.
CHAGNON, Napoleon. Yanomamö: The Fierce People. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1983.
COWAN, Jane. Dance and the Body Politic in Northern Greece. Princeton NJ: Princeton University Press, 1990.
CRAPANZANO, Vincent. Tuhami: Portrait of a Moroccan. Chicago: University of Chicago Press, 1980.
CRAPANZANO, Vincent; GARRISON, Vivian (eds). Case studies in spirit possession New York: John Wiley & Sons, 1997.
CROOK, Tony. Anthropological Knowledge, Secrecy and Bolivip, Papua New Guinea: exchanging skin. London: The British Academy, 2006.
DANIEL, E. Valentine. Charred Lullabies: Chapters in an Anthropology of Violence. Princeton: Princeton University Press, 1996.
DAS, Veena. Mirrors of Violence: Communities, Riots and Survivors in South Asia. Delhi: Oxford University Press, 1990.
DE MARTINO, Ernesto. The Land of Remorse: A Study of Southern Italian Tarantism. Free Association Books, 2005 [La terra del rimorso Contributo a una storia religiosa del Sud. Milão: Il Saggiatore, 1961]
DRUMMOND, Lee. American Dreamtime: a cultural analysis of popular movies, and their implications for a science of humanity. Londres: Littlefield Adams Books, 1996.
DUMONT, Louis. Homo Hierarchicus. Essai sur le système des castes et ses Implications. Paris: Gallimard, 1966.
EVANS-PRITCHARD, Edward E. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. [Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande, 1937]
EVANS-PRITCHARD, Edward E. Os Nuer: uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota [The Nuer: a description of the livelihood and political institutions of Nilotic people, 1940]. São Paulo: Perspectiva, 1978.
FERGUSON, James. Expectations of modernity: Myths and meanings of urban life on the Zambian copperbelt. Berkeley, CA: University of California Press, 1999.
FERNANDES, Florestan. Organização social dos Tupinambá. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1963 [1949].
FIRTH, Raymond. Nós, os Tikopias. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2013 [1933].
GALVÃO, Eduardo. Santos e visagens: um estudo da vida religiosa de Itá – Baixo Amazonas. São Paulo: Nacional, 1955. .
GLUCKMAN, Max. The Judicial Process among the Barotse of Northern Rhodesia (Zambia). Manchester: Manchester University Press, 1955.
GOODALL, Jane. Through a Window: Thirty Years with the Chimpanzees of Gombe. Londres: Phoenix, 2000.
HARNER, Michael J. The Jivaro: People of the Sacred Waterfall. Univ of California Press, 1984.
HO, Karen. Liquidated: An Ethnography of Wall Street. Londres e Durham: Duke University Press, 2009.
HUTCHINSON, Sharon. Nuer Dilemma: Coping with Money, War & the State.Berkeley: University of California Press, 1996.
LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. (Trad. Angela R. Vianna) Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997 [1988];
LEACH, Edmund Ronald. Sistemas Políticos da Alta Birmânia: um estudo da estrutura social Kachin. São Paulo: Edusp, 1996.
LEE, Richard B. The !Kung San: Men, Women, and Work in a Foraging Society. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1979.
LEE, Richard B. The Dobe Ju/’hoansi. Cengage Learning, 2012.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos. Lisboa/São Paulo, Ed. 70/Martins Fontes. 1980 [Tristes tropiques, 1955].
LEWIS, Oscar. Life in a Mexican Village: Tepoztlan Re-studied. Illinois, 1963.
LIENHARDT, R.G. Divinity and Experience: the Religion of the Dinka. Oxford. 1961.
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. Coleção Os Pensadores.São Paulo: Abril Cultural, 1978 [1922].
MEAD, Margaret. Coming of Age in Samoa: A Psychological Study of Primitive Youth for Western Civilization. New York: William Morrow, 1928.
MÉTRAUX, Alfred. A religião dos Tupinambá. Brasiliana, 1979.
NADER, Laura. Harmony Ideology. Justice and Control in a Zapotec Mountain Village. Stanford University Press, 1990,
NEWTON, Esther. Mother Camp: Female Impersonators in America. Chicago: University of Chicago Press, 1979.
OBEYESEKERE, Gananath. The Apotheosis of Captain Cook. Princeton, Princeton University Press, 1997 [1992].
OBEYSEKERE, Gananath. Medusa’s Hair. Chicago, 1981.
PARSONS, Elsie Worthington Clews. Mitla, Town of the Souls: And Other Zapoteco-speaking Pueblos of Oaxaca, Mexico. University of Chicago Press, 1966.
POPENOE, Barbara. Feeding Desires: Fatness, Beauty and Sexuality Among a Saharan People. Londres: Routledge, 2003.
RABINOW, Paul. Reflections on Fieldwork in Morocco. University of California Press, 1977.
RADCLIFFE-Brown, R. The Andaman Islanders. Free Press, 1922.
RAPPAPORT, Roy A. Pigs for the Ancestors: Ritual in the Ecology of a New Guinea People. New Haven: Yale University Press, 1984 [1968].
REDFIELD, Robert. Tepotzlan, a Mexican Village. Chicago, 1930.
RIVERS, William Halse Rivers. The todas. Londres: Macmillan and Company, 1906.
ROSALDO, Michelle. Knowledge and Passion: Notions of Self and Society among the Ilongot. Cambridge. 1980.
SELIGMAN, C.G et al. The Veddas. Cambridge: CUP, 1911.
SHOSTAK, Marjorie. Nisa: The Life and Words of a !Kung Woman. Harvard University Press, 1981.
STRATHERN, Mary. The Gender of the Gift: Problems with Women and Problems with Society in Melanesia. University of California Press,1988,
TAUSSING, Michael. O diabo e o fetichismo da mercadoria na América do Sul. São Paulo: EdUnesp, 2010.
THOMAS, Elizabeth Marshall. The Harmless People. New York: Knopf, 1959.
TURNBULL, Colin M. Mbuti Pygmies: Change and Adaptation. New York: Holt, Rinehart & Winston. 1983.
TURNBULL, Colin M. The Forest People, New York: Simon & Schuster. 1961
TURNER, Victor. The Forest of Symbols: Aspects of Ndembu. Ritual. New York: Cornell University Press, 1967. A Selva dos Símbolos. Rio de Janeiro: Eduff.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Araweté, os deuses canibais. Rio de Janeiro, Zahar/ANPOCS. 1986.
UNKEL, Curt Nimuendajú. As lendas da criação e destruição do mundo como fundamento da religião dos Apapucúva-Guarani. São Paulo: Hucitec EDUSP, 1987.
WACQUANT, Loïc. Corpo e alma. Notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2002.
WAGLEY, Charles. Uma comunidade amazônica: estudo do homem nos trópicos. São Paulo: Nacional; Brasília: INL. 1977 [1953].
WESTON, Kath. Families We Choose: Lesbians, Gays, Kinship. Nova Iorque: Columbia University Press. 1997.
WORSLEY, Peter. The Trumpet Shall Sound: A Study of “Cargo” Cults in Melanesia. Londres: MacGibbon & Kee, 1957.
YOUNG, Malcolm. An Inside Job: Policing and Police Culture in Britain. Oxford. 1991.
Ensaios, teoria e etnologia
ABU-LUGHOD, Lila. “Writing against Culture”. In R. Fox (ed.) Recapturing Anthropology. Santa Fe: School of American Research, 1991.
ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida. Pacificando o Branco. Cosmologias do contato no norte amazônico. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: EdUFF, 2008.
APPADURAI, Arjun. Dimensões culturais da globalização. Lisboa: Teorema, 2004.
ASAD, Talal (ed.) (1973) Anthropology and the Colonial Encounter. Ithaca.
AUGÉ Marc. Não lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Tradução de Maria Lucia Pereira. Campinas: Papirus, 2012. [Non-Places: Introduction to an Anthropology of Supermodernity, 1992].
AUGÉ, Marc. A construção do mundo. Lisboa: Edições 70. 1974
BANKS, Marcus and H. MORPHY (eds) Rethinking Visual Anthropology. New Hartford: Yale, 1997 .
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Pioneira/EDUSP, 1971.
BATESON, Gregory. Steps to an Ecology of Mind. Nova Iorque: Ballantines, 1942.
BLOCH, Maurice .E.F. How We Think They Think: Anthropological Approaches to Cognition, Memory, and Literacy. Boulder, CO e Oxford: Westview Press, 1998.
BLOCH, Maurice. Anthropology and the Cognitive Challenge. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
BONETTI, Alinne de Lima. Antropología Feminista en Brasil?: Reflexiones y desafíos para un campo en construcción. Cuad. antropol. soc., Buenos Aires, n. 36, p. 51-67, dic. 2012.
BRUMANN, C. “Writing for culture: why a successful concept should not be discarded”. Current Anthropology, Vol. 40 (S1), 1999: 115,1819.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da. modernidade. Trad. Heloísa P. Cintrão e Ana Regina Lessa. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 1997.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Cultura” e cultura: conhecimentos tradicionais e direitos intelectuais. In:_____. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac Naify, pp.311-373.
CARRITHERS, Michael, Matei CANDEA, Karen SYKES, Martin HOLBRAAD & Soumhya VENKATESAN, 2010, “Ontology is just another Word for Culture”, Critique of Anthropology 30 (2), 152-200.
CASTRO, Celso (org.). Franz Boas, Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
CLASTRES, Hélène. Terra sem mal: o profetismo tupiguarani.
São Paulo: Editora Brasiliense, 1978.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac e Naify, 2003.
CLIFFORD, James. The Predicament of Culture: Twentieth-Century Ethnography, Literature, and Art. Cambridge: Harvard University Press, 1988.
COMAROFF, Jean. Body of power, spirit of resistance: The culture and history of a South African people. Chicago: University of Chicago Press, 1985.
COMAROFF, J.L., COMAROFF, J. (eds) Modernity and its Malcontents: Ritual and Power in Postcolonial Africa. Chicago: Chicago University Press, 1993.
DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981
DESCOLA, Phillipe. Beyond Nature and Culture. Chicago: The University of Chicago Press 2005.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. Ensaio sobre as noções de Poluição e Tabu. Lisboa, Edições 70. [Purity and Danger. Routledge & Kegan Paul, 1966].
DUMONT, Louis. Homo Hierarchicus. São Paulo: Edusp, 1992.
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa (3ª ed.). São Paulo: Martins Fontes, 2003.
DURKHEIM, Émile; MAUSS, Marcel. Primitive Classification. Cohen and West, [1903]1963.
EVANS-PRITCHARD, Edward E. Antropologia social. Lisboa: Edições 70, 1972.
FELDMAN-BIANCO, Bela. Antropologia das sociedades contemporâneas. São Paulo: Global, 1987.
FORTES, Meyer; EVANS-PRITCHARD, E. E. (orgs.) Sistemas políticos africanos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981 [1940]
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978 [1973].
GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Tradução de Vera Mello Joscelyne. Petrópolis: Vozes, 1997
GIRARD, René. La violence et le sacré. Grasset, 1972.
GLUCKMAN, Max. “Rituais de Rebelião no Sudeste da África”. Cadernos de Antropologia, n. 6. 1974 [1952]
GODELIER, Maurice. The Mental and the Material: Thought, Economy, and Society. Londres: Verso, 1984.
GOODENOUGH, Ward H. (1990) “Evolution of the Human Capacity for Beliefs” American Anthropologist 92:599.
GOODY, Jack. O Roubo da história. São Paulo: Contexto, 2008.
GRAEBER, David. Dívida: os primeiros 5000 anos. São Paulo: Três Estrelas, 2016.
GUPTA, Akhil e FERGUSON, James. “Mais além da ‘cultura’: espaço, identidade e política da diferença” [Beyond “Culture”: Space, Identity, and the Politics of Difference. 1992]. In: ARANTES, A. A. (org.). Espaço da Diferença. Campinas: Ed. da Unicamp, 2000, pp. 3049.
HARAWAY, Donna J. “Manifesto Ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX”. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Antropologia do Ciborgue: as vertigens do póshumano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 37-129.
HARAWAY, Donna J. Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene. Duke University Press, 2016.
INGOLD, Tim (ed) (1989) Social anthropology is a Generalizing Science or it is Nothing, Manchester: University of Manchester (Group for Debates in Anthropological Theory).
INGOLD, Tim (ed.). Key Debates in Anthropology. Oxford: Berg, 1996.
KROEBER, Alfred L.; KLUCKHOHN, Clyde. Culture: A Critical Review of Concepts and Definitions. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1952.
KUPER, Adam. Cultura, a visão dos antropólogos. Bauru: Edusc, 2002.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. RJ: Editora 34, 1994.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador: Edufba, 2012. [Reassembling the social: an introduction to Actor-Network-Theory. Oxford: Oxford University Press.]
LEACH, Edmund R. Repensando a Antropologia. São Paulo: Perspectiva, 2010.
LEACOCK, Eleanor. Myths of Male Dominance: Collected Articles on Women Cross Culturally. New York: Monthly Review Press, 1981.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.
LEVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 1974
LEVI-STRAUSS, Claude. O Cru e o cozido. São Paulo, Cosac Naify, 2004
LEVI-STRAUSS, Claude. O Pensamento Selvagem. São Paulo: Editora Nacional.
LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. Portugal: Editorial Presença, 2008
LEVI-STRAUSS, Claude. O Totemismo Hoje. São Paulo: Edições 70.
LÉVY-BRUHL, Lucien. La Mentalité Primitive. Paris: Félix Alcan, 1922.
MAGNANI, José Guilherme. Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole. In: MAGNANI, JOSÉ GUILHERME; TORRES, LILIAN DE LUCCA (Org.). Na metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp, 1996.
MALINOWSKI, Bronislaw. Magic Science and Religion, and Other Essays, Boston, Mass./Glencoe, Ill.: Beacon Press/Free Press. 1948. Introdução de Robert Redfield.
MALINOWSKI, Bronislaw. Uma teoria científica da cultura. Rio de Janeiro: Zahar, 1962.
MAUSS, Marcel. Sociologia & Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2011.
MAYBURY-LEWIS, David. The Savage and the Innocent. Evans, 1965.
MOORE, Henrietta. Feminism and Anthropology. Londres: Polity Press, 1988.
MURDOCK, George P. (1932) “The Science of Culture” American Anthropologist 34:200-215.
NEEDHAM Rodney (ed.) Right and Left: essays on dual symbolic classification. Chicago e Londres: University of Chicago Press. 1973.
NOGUEIRA, Oracy. “Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem”. In: Tanto Preto Quanto Branco. Estudos de relações raciais. São Paulo: TA Queiroz Editora, 1985.
O’HANLON, Michael; Eric HIRSCH (eds). The Anthropology of Landscape. Oxford. 1995.
ORTNER, Sherry B. Making Gender: The Politics and Erotics of Culture. Boston: Beacon Press, 1996.
RABINOW, Paul. “Representações são fatos sociais: modernidade e pósmodernidade na antropologia”. In: Antropologia da Razão. Rio de Janeiro: Relume Dumará: 71-107.
RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes, 2013.
RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização. A integração das populações indígenas no Brasil moderno. Petrópolis: Vozes, 1986 [1968].
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
ROSALDO, Michelle Zimbalist e LAMPHERE, Louise (Eds). Woman, Culture, and Society, Stanford University Press,1974.
SAHLINS, Marshall. Cultura na prática. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ, 2002.
SAHLINS, Marshall. História e cultura: apologias a Tucídides. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
SAHLINS, Marshall. Ilhas de história. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
SAHLINS, Marshall. Stone Age Economics. Aldine de Gruyter, 1972.
SCHADEN, Egon. Leituras de Etnologia Brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976.
SERVICE, Elman R. Profiles in ethnology. Londres, Nova Iorque: Harper & Row, 1963.
STOCKING, G. W. Jr. (org.). Franz Boas: A formação da antropologia americana 1883 – 1911. Rio de Janeiro: Contraponto e editora UFRJ, 2004.
STRATHERN, Mary. O gênero da dádiva. Campinas: Unicamp
STRATHERN, Mary. Property, substance and effect. Anthropological essays on persons and things. London, Athlone Press, 1999.
TAMBIAH, Stanley. J. Magic, Science, Religion and the Scope of Rationality. Cambridge University Press, 1990.
THOMAS, Nicholas. “Against Ethnography”. Cultural Anthropology, 6 (3), 1991, pp. 306-322.
TSING, Anna L. Friction. An Ethnography of Global Connections. Princeton: Princeton University Press 2005.
VAN GENNEP, Arnold. Os ritos de passagem. Petrópolis: Vozes, 2011.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. From the Enemy’s Point of View: Humanity and Divinity in an Amazonian Society. Chicago: Chicago University Press, 1992.
VIVEIROS de CASTRO, Eduardo. “O Nativo Relativo”. Mana, 8 (1), 2002, pp. 113148.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana, v. 2, n. 2, p. 115–144, out. 1996. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131996000200005&lng=pt&tlng=pt>.
WAGNER, Roy. Wagner, Roy. A Invenção da Cultura. São Paulo, Cosacnaify. [The invention of culture. University of Chicago Press. 1975]
WHITE, Leslie A. (1949) The Science of Culture: A Study of Man and Civilization, New York: Ferrar, Strauss & Cudahy.
WISSLER, Clark (1916) “Psychological and Historical Interpretations of Culture” Science 43:193-201.
WOLF, Eric R. Europe and the People without History. University of California Press, 1982.
“Das antigas” – livros do século XIX que ainda valem a pena ler
ANTÉNOR FIRMIN, Joseph. De l’égalité des races humaines (anthropologie positive). 1885
CUNHA, Euclides da. Os sertões. 1902.
DARWIN, Charles. A Descendência do Homem. 1871.
ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. 1883.
FRAZER, James George. O ramo de ouro. Rio de Janeiro, Zahar, 1982.
MAINE, Henry S. Ancient Law: Its Connection with the Early History of Society and Its Relation to Modern Ideas, London: John Murray, 1861.
MORGAN, Lewis H.Ancient Society, or Researches in the Lines of Human Progress from Savagery Through Barbarism to Civilization. New York: World Publishing Company (ed. por Eleanor B. Leacock) 1963[1877] .
NINA RODRIGUES, Raimundo. Os Africanos no Brasil.2010
ROYER, Clémence Origine de l’homme et des sociétés (1870)
TYLOR, Edward Burnett. Primitive Culture. 1871
WESTERMARCK, Edvard. The History of Human Marriage, 1891.
Não exatamente obras de antropologia, mas sempre citadas
ANDERSON, Benedict. Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism, London: Verso. 1983
BALANDIER, Georges. O Dédalo: para finalizar o século XX. RJ: Bertrand Brasil, 1999
BAUMAN, Zygmund. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BUTLER, Judith. Gender Trouble, 1990.
CONNERTON, Paul. How Societies Remember. Cambridge, 1989.
DE CERTEAU, Michel. A Invenção do Cotidiano. Vozes, 1974.
FOUCAULT, Michel. História da loucura. São Paulo: Perspectiva, 1978.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
FOUCAULT, Michel. A arquelogia do saber.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Nascimento da Prisão. Petrópolis: Vozes, 2000.
GOULD, Stephen Jay. The Mismeasure of Man. Harmondsworth. 1997.
HARVEY, David. The Condition of Postmodernity: an Enquiry into the Origins of Cultural Change. Oxford: Blackwell, 1989.
HARVEY, David. A brief history of neoliberalism. New York and Oxford: Oxford University Press,2005.
HOBSBAWM, Eric, and T.O. Ranger (eds) The Invention of Tradition. Cambridge, 1983.
LAKOFF, George; JOHNSON, Mark. Metáforas da vida cotidiana [Metaphors We Live By, 1980]. Campinas: Mercado das Letras, 2002.
POLANYI, Karl. A Grande Transformação – As origens da nossa época. Rio de Janeiro: Campos, 1980.
SCOTT, James C. Weapons of the weak: Everyday forms of peasant resistance. New Haven: Yale University Press, 1985.
TARDE, Gabriel. Monadologia e sociologia e outros ensaios. Rio de Janeiro: Cosacnaify.
Sugestão de post pela leitora Carol Fantinel.
Ola Eh Muito Interessante Estudar ANTROPOLOGIA, Mas Onde Estudar?
CurtirCurtir
Uma lista de locais
https://ensaiosenotas.com/2018/12/04/onde-estudar-antropologia-no-brasil/
CurtirCurtir
Este artigo é de grande ajuda. Estava apenas montando minha lista de livros de antropologia para comprar e achei muito mais que isso. Muito Obrigada! Também estava procurando mais livros sobre antropologia urbana. Se vocês pudessem fazer um compilado sobre as subdisciplinas da antropologia brasileira contemporânea, seria incrível!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Ficamos contentes de que a compilação esteja sendo útil.
Suas sugestões sobre antropologia urbana e as subdisciplinas são boas e vamos publicar algo acerca delas em breve.
CurtirCurtir